POR QUE DÁ CERTO?
- tthaisgregorio
- 23 de set. de 2017
- 3 min de leitura

Mas por que o marketing de influência e a moda formam o match perfeito?
Segundo Kotler e Keller (2006, p. 172), “o comportamento de compra do consumidor é influenciado por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Os fatores culturais exercem a maior e mais profunda influência”. Dentre esses fatores estão os grupos de referência que afetam mais diretamente o consumidor. Por apresentarem afinidades semelhantes, são os grupos que o indivíduo almeja pertencer.
Os blogs de moda – propulsores das influencers de moda – criaram nada mais do que essa comunidade de referência e estreitam as relações com o consumo, que nesse contexto é utilizado como um dos passos para se adequar ao grupo, já que o consumo de moda auxilia a construção do estilo do indivíduo e a forma como ele se expressa e se identifica com o mundo ao seu redor.

O consumo, segundo Bauman (2007), é resultante de vontades, desejos e anseios humanos rotineiros e permanentes e está relacionado com a oportunidade de renascer, com a reconstrução da autoidentidade, como o autor propõe em suas obras “Vida Líquida” e “Vida para consumo”. A sociedade, por sua vez, encoraja e reforça esse estilo de vida, por isso o indivíduo vê na moda a possibilidade de, enfim, ser quem almeja e pertencer aos grupos que deseja. Para que isso ocorra, acabam adquirindo características das It Girls, que estão no topo dessas comunidades, seja se vestindo como elas ou tomando para si traços pessoais, copiando as feições na hora da selfie, por exemplo.
O marketing de influência, especificamente no mercado de moda, proporciona isso aos consumidores, já que as pessoas buscam pela efemeridade e pelo desejo de mudança. Mais do que tornar a It Girl dos dias atuais acessível, não é possível apenas ser como ela, mas também se tornar uma It Girl através do consumo das mesmas roupas, dos mesmos sapatos, dos mesmos acessórios e de todas as outras coisas que estão a um click de distância. Por meio desse fenômeno de que qualquer um pode adquirir o alcance necessário e se tornar relevante nas mídias sociais, o mercado de micro influenciadores com nichos ainda mais específicos cresce e por sua vez, tende a atingir mais e mais pessoas, criando assim uma cadeia produtiva.
Ao mesmo tempo que esse é o momento para que o consumidor adquira o status quo que sempre procurou, é também o momento das marcas de se comunicar diretamente com seu consumidor final e o melhor de tudo – de forma pessoal, transmitindo emoções, por meio do uso dos creators, o que acaba criando no usuário maior identificação, já que a marca acaba vendendo um conceito de estilo de vida. Assim, a construção de identidade do indivíduo e da marca acabam, por muitas vezes, se mesclando.
Esse fator, reforça a ideia de Gilles Lipovetsy (1987), em “O império do efêmero”: No coração da publicidade trabalham os próprios princípios da moda: a originalidade a qualquer preço, a mudança permanente, o efêmero [...]. Da mesma forma que a moda individualiza a aparência dos seres, a publicidade tem por ambição personalizar a marca.
Todas as imagens presentes neste Projeto são de banco de imagens gratuitos como o Unsplash e o Freepik, ou retiradas dos blogs e redes sociais de figuras públicas, todos devidamente creditados. Os infográficos e ilustrações foram feitos pela designer colaboradora, Flávia Takagaki.
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